domingo, 5 de junho de 2011

cenaaberta.com

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Saúde em pauta, já o equilíbrio nem tanto

Posted: 04 Jun 2011 04:00 PM PDT

Quem acompanha assuntos relativos ao jornalismo já deve ter percebido que nos últimos tempos as pautas sobre saúde tem invadido todos os espaços. Nunca a ideia de uma vida saudável teve tanto destaque na mídia: seja no jornal, na internet ou na TV a todo momento há uma nova dica, um novo estudo ou algo relativo ao assunto. Porém há singelas diferenças de acordo com cada veículo: quando estamos falando em mídia impressa ou internet dá para fugir, escolher aquilo que mais interessa e formar sua própria teia de informação, com mais ou menos possibilidades. Porém quando o negócio é a TV não tem como escapar...

A grade de programação de muitas emissoras abertas vem tomando esse tema como uma constante e isso deveria ser uma coisa boa, não é? Deveria sim, porém tudo aquilo que surge em excesso pode fazer mal, ser indigesto. Ok, sei que o trocadilho foi péssimo, mas tome como exemplo programas como Globo Repórter, que durante muito tempo falou tanto no poder da alimentação, em dieta, em alimentos que curam e derivados que no fim parecia que as pautas vinham do SEASA? Ou em programas que não param de citar benefícios da dieta – o que é interessante – porém demonizando tudo aquilo que não a segue?

Nos últimos tempos o panorama tem mudado um pouco. A saúde deixou de ter explorada somente a pauta da alimentação e passou a incluir outros atos rotineiros como o sono, a higiene e também as doenças pouco mais prosaicas além do câncer ou da hipertensão, tão em voga nesses tempos modernos. Já passa a explorar outros aspectos como o excesso de bebida entre os jovens ou aspectos mais subjetivos de saúde ao abordar algo como solidão. Isso tudo em programas variados, seja onde saúde surja como a peça-chave ou onde ele seja somente uma opção entre tantas outras, descobrindo novas formas de abordagem.



A saúde tem muitas vertentes, mais amplas do que se pode imaginar, possibilitando sua exploração das mais diversas formas desde a frieza de um simples informativo até  o apelo humano extremo. Se você pensar bem, tudo pode ser relacionar a equilíbrio, ao bem estar e ao tão perseguido ato de viver bem. Apenas espero ver um dia pautas cujas negativas e restrições não tenham de ser demonizada em prol de uma filosofia onde a vontade própria precise ser estimulada dia-a-dia. Onde a ideia de equilíbrio seja realmente levado a sério, em todos os sentidos.

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* Perfil: Emanuelle Najjar - Jornalista, formada pela FATEA em 2008, pesquisadora da área de telenovelas. Editora do Limão em Limonada (limaoemlimonada.com.br)

Saúde invade a TV, mas ainda foca nas doenças

Posted: 04 Jun 2011 12:00 PM PDT


*Por Wander Veroni 

Ter mais qualidade de vida, praticar hábitos saudáveis, comer bem e prevenir doenças. Afinal, ninguém quer ficar doente, não é mesmo? Quem não quer ter bem-estar? Mas, a dúvida que não calar: e aí, doutor? Como fazer isso? A resposta, aparentemente, chegou à TV aberta – seja por meio de programas específicos ou quadros nas mais variadas atrações. Mas, falar de saúde é falar de doenças? Não necessariamente. Falar de doença é importante, quando se quer promover a conscientização. Mas, falar apenas de doenças não é falar de saúde.

Na ânsia por audiência e por resultados cada vez mais rápidos, muitos programas, às vezes, se esquecem desse cuidado. É possível tratar o tema de forma mais otimista (e otimizada), mostrando que a editoria saúde conversa bem com comportamento, política, esportes, alimentação, campanhas sociais, cultura, internet, meio ambiente, etc. Claro, tem hora que é fundamental falar de doenças. Até porque não há estratégia melhor do que a informação, aliada a ajuda de um bom médico, para promover a saúde. Mas transformar a doença em show pode ser um caminho sem volta e com prazo limitado. Num primeiro momento, o telespectador pode se identificar, mas cansa. Cansa de ver que as mesmas pautas serem tratadas da mesma maneira: o especialista fala, o debate acontece sala de estar do estúdio e o assunto não amplia. Complicado....

Nesse primeiro semestre, a TV redescobriu a editoria de saúde e lançou programas específicos com o intuito de fisgar o público carente de informações relacionadas à saúde e que sofre, muitas vezes, na fila dos hospitais e postos de saúde a procura de atendimento. Informação também é prevenção. É essa filosofia que o Ministério da Saúde prega por meio da Política Nacional de Promoção de Saúde. Acredita-se que a busca de melhoria da qualidade de vida da população pode se dá também por meio da mobilização social e da divulgação de informações que podem fazer a diferença na vida das pessoas a partir da prevenção, dos cuidados consigo mesmo e, principalmente, com a comunidade.


Sim, antes ter algo na TV do que não ter nada. Mas é preciso ter mais cuidado quando se fala de saúde. Tudo bem que ainda não temos um modelo de saúde excelente, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) tem os seus acertos e equívocos. Conhecer o SUS e as diretrizes do Ministério da Saúde ajudaria não só o público, mas principalmente os produtores de conteúdo a repensar a editoria de saúde como instrumento de informação e prestação de serviço. Não que a TV deva ser um instrumento panfletário do governo, não é isso. Mas é preciso conhecer de perto o que temos para não fazer sensacionalismo com uma opinião de senso comum sobre algo que poucas pessoas têm acesso – não por ser um conhecimento fechado, mas por falta de interesse de mostrar o outro lado do SUS, que sofre por ser menosprezado por algumas autoridades que não levam a saúde tão a sério quanto deveria.

Não só a TV aberta descobriu a saúde, como as TVs fechadas. É possível ver vários programas na TV Paga que falam não só de saúde, mas de estética, esporte, alimentação e bem estar. Há ainda o nicho das TVs segmentadas, como o Canal Saúde, da Fiocruz e Ministério da Saúde, e o Canal Minas Saúde, da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Fundação Renato Azeredo. O primeiro pode ser assistido por parabólica e pela Oi TV. Já o segundo, apenas por parabólica em Unidades Básicas de Saúde de Minas Gerais (UBS), Gerências Regionais de Saúde (GRS) e Centros Viva Vida e Mais Vida. Ambas as emissoras tem a proposta de informar o telespectador e capacitar profissionais da saúde por meio de programas que falam sobre promoção da saúde, políticas públicas, cidadania, tratamentos, pesquisa, desenvolvimento tecnológico, meio ambiente e sustentabilidade, entre outros. É uma conquista e tanto no trabalho de promoção da saúde!



Há um pouco mais de um ano me tornei repórter setorista de saúde, do Portal Minas Saúde, do Canal Minas Saúde. E posso dizer, por experiência própria, que a editoria de saúde é rica e exige uma pesquisa constante, criatividade e atenção, como em qualquer outra editoria. Mas, acima de tudo, faz um convite importante para que nos desprendemos dos nossos próprios pré-conceitos em relação à saúde pública: tem coisa que funciona bem, outras que precisam ser expandidas para todo o Brasil e pontos que merecem ser melhorados como qualquer outro sistema que não depende só das pessoas, mas do poder público, de uma forma geral. E isso leva tempo....tempo, principalmente, quando algumas pessoas ainda não se conscientizam em relação a importância do voto. Mas isso rende um outro debate para um próximo post, quem sabe.

Mais do que falar e conhecer o SUS é importante reconhecer que as TVs estão redescobrindo a editoria de saúde. Durante tanto tempo, a saúde só era lembrada na hora que alguém tinha que fazer uma denúncia por falta de atendimento ou uma doença trágica ganhava as manchetes dos noticiários. Falar de saúde é falar de qualidade de vida. E quanto mais o público tem acesso a esse tipo de informação, melhor ele poderá se cuidar e fazer da comunidade que ele mora um lugar melhor para se viver.
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*Autor: Wander Veroni, 26 anos, é jornalista pós-graduado em Rádio e TV, ambas formações pelo Uni-BH. É autor do blog Café com Notícias (http://cafecomnoticias.blogspot.com). Twitter: @wanderveroni / @cafecnoticias.

Bem Estar e E aí Doutor? são bons mas exageram na condução

Posted: 04 Jun 2011 08:00 AM PDT

Acho que tirando Mariana Ferrão, Bem Estar e E Aí Doutor? sofrem por conta do exagero de Fernando Rocha e Antonio Sproesser.

Fernando parece um crianção enquanto Sproesser pensa ser um apresentador americano.

A cada acerto da plateia ele solta um "uauuuu".

Ah, a plateia não faz questão de disfarçar o treinamento. Nem dá pra perceber que são instruídas a bater palmas e que as perguntas foram ditadas pela produção.

Ou seja, falta verdade, espontaneidade.

Em contrapartida, na questão de conteúdo tanto Bem Estar quanto E Aí Doutor mandam bem e pode-se dizer que abocanham basicamente a mesma fatia de publico com uma audiência variável de cinco a sete pontos.



Considero, inclusive, que apesar de ameaçar a vice-liderança da Record não imaginava essa aceitação. Lógico que a Record esperava mais, mas cinco pontos às 16h para um programa sobre saúde, esse é um índice que deve ser comemorado.

Mas confesso que não é o tipo de programa que me atrai, sou muito mais o médico do Mais Você ou reportagens em outras atrações.

Todo dia, na minha opinião, cansa.

Sou mais o formato variedades, amplia o leque de possibilidades e agrada uma fatia maior de público.

Devo dizer, entretanto, que é louvável a atitude das duas emissoras, especialmente a Record. Deixar de falar ao menos durante uma hora sobre desgraça e fazer jornalismo de saúde é tipo uma vitória.

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