domingo, 11 de julho de 2010

cenaaberta.com

cenaaberta.com


Profissionais e celebridades, palavras em extinção

Posted: 10 Jul 2010 04:00 PM PDT

Fomos criados por nossos pais - aqueles que são pais de verdade - sempre ouvindo sobre a importância de nos alimentarmos para crescermos com força e capacidade para estudar e conseguir um bom emprego. E vamos, a partir disso, sonhando com um futuro promissor.

Verificamos em qual área desejamos nos formar, fazemos uma faculdade e depois... depois começa o pesadelo.

Se você ainda está na faculdade precisa de fazer um estágio e, sabendo que você "precisa", chove gente querendo seus serviços. De graça.

Sempre quando procura emprego no jornal vê nos anúncios o pedido "envie seu currículo", mas após o envio descobre que o contratado é ou parente ou caso de algum amigo do patrão.

Quando você finalmente conquista uma vaga, ganha bem menos do que o fulano ou beltrano que não é formado para tal mas tem o status de todo poderoso - você conversa com a criatura verifica que ela mal sabe falar.

Dai em diante você faz o trabalho e é ele quem leva a fama.

Você dá ideias e, quando usam, não te dão os créditos. Ou não usam e você vê o local em que trabalha sendo comandado por pessoas incapazes de enxergar um palmo em sua frente, ou seja, existe a possibilidade de mudar e não mudam porque "do jeito que tá, tá bom". Ou fazem barbeiragens achando que do jeito deles é melhor, só pra não usar sua ideia.

É aí que vai morrendo o sonho de ser um profissional.

E nós, que falamos de TV, não precisamos sair de casa para verificar que o principal problema desse veículo é a falta de profissionais capacitados para ocupar os principais cargos. Não acho que ser bonito, atlético, BBB, bispo, amigo de fulano e afins capacite alguém para ser chamado de profissional, assim como qualquer um hoje é chamado de célebre.

A "pouca prática", talvez, venha da falta de teoria em uma universidade. Não é depois da teoria que vem a prática?

Mas isso não acontece apenas na televisão. Em qualquer empresa ouvimos falar no Q.I., cuja tradução é "quem indica". Qualquer "teste do sofá" é motivo para uma indicação. Aliás, isso é retratado em A Vida Alheia, onde dois marmanjos conseguiram cargo na revista por terem um caso com as patroas.

E é assim que é na vida real. É ruim para os profissionais de verdade? Sim, muito, mas é bem pior para quem deixa de crescer por manter sua empresa nas mãos de alguém que quando pequeno ouviu apenas a parte do "se alimente para ficar forte". O "estude para ser alguém" não foi necessário.

* por Endrigo Annyston

Quando o desleixo toma conta da telinha

Posted: 10 Jul 2010 03:00 PM PDT

*por Emanuelle Najjar

Bom, certamente você que vê televisão está acostumado a ver coisas que resultam em um certo parâmetro de vergonha alheia, não é? Garanto então que esse tipo de presepada tem casa certa, afinal algumas emissoras são mais conhecidas por tal tipo de deslize.

Tudo bem, pessoas despreparadas estão em todo lugar, mas o que acontece quando profissionais despreparados estão presentes nos meios de comunicação?

É, digamos que a coisa fica beeeem mais visível.

Há algum tempo o telespectador sofre com grades de programação mal planejada, além dos péssimos produtos colocados no ar. Ok, falar mal dos produtos em si é algo subjetivo já que é basicamente gosto pessoal, e não é essa a intenção deste texto.

Vamos focar então naquela onda de colocar participantes de reality shows como repórteres, apresentadores de programas, ou também na inconstante grade de programação e reprises desmedidos, como se a responsabilidade estivesse nas mãos de indivíduos próximos de um surto.

Vou usar de um exemplo sempre atual: SBT. A emissora de Sílvio Santos sempre teve como principal característica a eterna busca pela grade perfeita, tendo como resultado uma programação mutante. Se já é ruim agora, vamos recordar o passado: alguém se lembra da época em que a emissora estava reprisando programas como Passa ou Repassa, ou Fantasia?

Convenhamos que programa de auditório repetido é algo tenso. Muito tenso. E perto disso a entrada de três novelas reprisadas em sua grade - Pérola Negra, Esmeralda e Canavial da Paixão -, somada a exibição de Ana Raio e Zé Trovão, não parece surpreender.

Falando em novelas, o que acontece com a Record, que até pouco tempo mudava bruscamente o horário de suas novelas? Ou demorou tanto a perceber que o horário de seus programas simplesmente não contemplava o público-alvo de suas atrações? (Gugu Liberato que o diga...)

Mas pior ainda creio que seja emissoras que aproveitem celebridades instantâneas como apresentadores e repórteres. Talvez um meio mais barato e atrativo em termos de sustento, mas com certeza não são dos mais levados a sério. Sinceridade: já tenho vergonha alheia da época em que BBBs que mal saem da casa e já estão no quadro "Repórteres por um Dia" no Fantástico, ou pior ainda: no Zorra Total. Agora imagine então quando vão parar nos programas de celebridades?

São muitos os exemplos e seria cansativo listar ainda mais nesse texto, mas pense na programação atual e tente listar por si mesmo. Tente pensar racionalmente e deixar seu gosto pessoal de lado. Pense nas fórmulas repetitivas e até as ofensivas.

Falta de opções melhores? Falta de criatividade? Um público mais exigente ou mais chato? Uma forma mais barata de fazer as coisas funcionarem?

O que você  pensa disso?


__________________________________________________

* Perfil: Emanuelle Najjar - Jornalista, formada pela FATEA em 2008, pesquisadora da área de telenovelas. Editora do Limão em Limonada (limaoemlimonada.com.br)

Ponto de Vista – A pouca prática invadiu o jornalismo

Posted: 10 Jul 2010 02:00 PM PDT

Por Wander Veroni *

Tem hora que cansa, sabe. Mas, não posso (nem podemos) desistir. Ainda há esperança por dias melhores. Uma luz no final do túnel? Quem sabe. Parece que tudo aquilo que o jornalista aprende durante quatro anos na faculdade existe apenas nos livros, nos artigos e na teoria. Não que o mundo acadêmico esteja errado, mas o mercado – de um modo geral, resolveu seguir outro caminho. Uma trajetória que está jogando no lixo a ética, o respeito e, principalmente, os critérios de noticiabilidade.

Entretanto, isso não é necessariamente culpa somente dos jornalistas. Claro, poderíamos ser uma classe mais unida e dar o grito como uma categoria que representa a sociedade, antes de tudo. Mas, infelizmente, a maior parte da culpa dos veículos de comunicação perderem "certas referências" é por colocar pessoas sem a capacidade adequada de gerenciamento, se travestindo de jornalista ou de profissionais de comunicação. Quando falo isso, não estou levantando apenas a eterna polêmica da necessidade ou não do diploma, mas sim da ausência de capacidade e criatividade deste profissional.

Muitos donos de veículos de comunicação ou alguns dos seus principais diretores nem sempre são jornalistas ou profissionais com experiência e renome. E isso atrapalha o "meio de campo", pois o jornalismo acaba servindo de "moeda de troca" para fins comerciais e políticos. Com isso, a premissa de informar as notícias mais importantes do dia do Brasil e do mundo de forma isenta, plural e coesa, acabando ficando de lado – para não falar que já está entrando em extinção.

Às vezes, tenho medo do que pode acontecer com o jornalismo local, principalmente. Hoje, boa parte dos noticiários investem pesado na cobertura policial, como se na cidade não houvesse outras pautas ou assuntos que mereçam ser informados. E o pior é que isso não é jornalismo policial: é uma extensão dos boletins de ocorrência gritada de forma acalorada, inflamada e repetitiva. Não adianta culpar a audiência e falar que o público quer isso. Não aceito!

Com a democratização da informação que há na internet é inaceitável acreditar que uma matéria jornalística ou programa tenha apenas aquela visibilidade dada pelos números de audiência daquele instante. Um material jornalístico ou de entretenimento vira um registro histórico importante para uma sociedade – que poderá estar acessível a qualquer momento pela internet e replicado nos blogs e redes sociais. Provavelmente, se ainda continuarmos com essa "pouca prática", o jornalismo e a mídia está perdida: não é à toa que a web tem revelados tantos talentos. Falta semancol na mídia tradicional!

________________________________________

*Autor: Wander Veroni, 25 anos, é jornalista pós-graduado em Rádio e TV, ambas formações pelo Uni-BH. É autor do blog Café com Notícias (http://cafecomnoticias.blogspot.com). Twitter: @wanderveroni / @cafecnoticias.

VC no Cena Aberta: Escrito nas Estrelas

Posted: 10 Jul 2010 11:00 AM PDT

Confesso que de uns tempos para cá, tenho parado de assistir TV. Sou apaixonado por essa mídia, mas a falta de qualidade e o desrespeito ao público me fizeram trocar a TV pela internet - e isso já foi até debatido aqui no Cena Aberta, na sessão Ponto de Vista.

Fazia muito tempo que não tinha o prazer de assistir uma novela na faixa das 18h. Sabe quando você liga a TV com prazer e sente que o tempo passou tão rápido? É assim que me sinto com "Escrito nas Estrelas". A novela me faz bem, me diverte e me emociona. Creio que desde "Alma Gêmea" não sentia o carinho que sinto por uma trama das seis.

Além dos noticiários - que assisto mais pelo lado profissional do que por prazer, "Escrito nas Estrelas" é o único programa que faz sentar no sofá e ter a alegria de ligar a televisão. Se bem que, nos últimos dias, nem os noticiários estão salvando mais...rs...a exploração do #CasoBrunoFlamengo, já virou uma novela nos noticiários. Aliás, tem jornal que só fala disso como se nada mais interessante acontecesse no mundo durante o dia. Mas, enfim...esse é um outro papo.

Mas, voltando a vaca fria...rs...o que quero mesmo é elogiar "Escrito nas Estrelas". Como uma novela consegue fazer a gente se emocionar e se divertir ao mesmo tempo? A resposta vem na qualidade e na criatividade. Parabéns mesmo a Elizabeth Jhin, Papinha e a toda equipe dessa produção que se consagra como a melhor novela do ano, sem falsa modéstia. A Globo acertou em cheio! 0//

Tenho lido muitas críticas sobre a atuação do Humberto Martins, que interpreta ele mesmo em algumas cenas. Mas ontem (quinta), sem brincadeira, me emocionei com o diálogo que ele teve com a Dra Jane sobre como ela deveria valorizar a presença da filha e tentar entender a rebeldia dela. O personagem dele, o Dr Ricardo, perdeu o filho em um acidente, e passou toda aquela emoção de pai e, ao mesmo tempo, aconselhando a Jane a ser mais paciente com a filha Vanessa - mesmo sabendo que ela tinha feito uma arte daquelas ao encher a casa de amigos sem a permissão da mãe. Outra cena linda foi a cena do primeiro beijo da Vanessa com o menino bailarino: foi mágico!

Outra cena que adorei foi a briga da Berê e da Mundinha. Gente, eu ri d+...brigar pelo Seu Fininho com aquela mãe super protetora é rir de chorar!

"Escrito nas Estrelas" é um tapa na cara de roteiristas que acham que novela é só cena de sexo, violência e maldade. É uma novela com história, argumento e bons diálogos. Fica a dica para os autores atuais: exerçam melhor o seu potencial criativo.

* do internauta Wander Veroni

VC no Cena Aberta: Uma nova forma de interação

Posted: 10 Jul 2010 10:35 AM PDT

Recebi um e-mail de nosso amigo, internauta e também parceiro no Cena Aberta, Wander Veroni, com um possível Trombone sobre Escrito nas Estrelas.

E fiquei pensando.

Em várias ocasiões internautas disseram ter interesse em fazer parte do Cena Aberta, divulgando seu trabalho e/ou opiniões. E não aproveitavam essa oportunidade que é dada através do nosso Trombone.

Analisando o e-mail do Wander, que decidiu escrever mesmo não sendo para o Ponto de Vista, quadro do qual ele já faz parte, achei bacana lançar um novo projeto, o VC no Cena Aberta, onde você aí do outro lado pode participar mais ativamente deste espaço.

Como estou em meu "período sabático" por conta de um esgotamento total com a televisão brasileira, acho bacana abrir o espaço para que vocês ocupem esse "vácuo" neste momento em que me recuso a comentar ou participar do andamento de algumas redes de TV.

O que acham?

Para participar é muito fácil: e-mail para blogcenaaberta@gmail.com

Peço algumas coisas:

Se for notícia, favor indicar qual foi a fonte;

Usou o trecho de algum outro autor? Fonte também;

Pelo amor do Aurélio, usem um português adequado para eu não passar horas corrigindo o artigo (nada de vc, oq, e afins);

Estamos combinados?

Aguardo contato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu recado que irei ler com maior prazer e aprovar na mesma semana. Grande abraço !