domingo, 27 de março de 2011

cenaaberta.com

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#Esquenta: A alegria, o orgulho e a sobrevida

Posted: 26 Mar 2011 06:00 PM PDT

Ano passado, quando li que Regina Casé teria um programa aos domingos, não duvidei de sua capacidade como comunicadora, mas não acreditei que uma atração sua poderia ser um sucesso em meio a tanta porcaria a apelação que permeia os dominicais. É tipo concorrência injusta.

No entanto, com o Esquenta encerrando temporada, as vitórias são muitas.

O programa não apenas foi líder de audiência, fez bem mais que isso: provou que sim, é possível fazer um programa de auditório popular sem ser popularesco e, especialmente, colocou as ditas "minorias" como protagonistas de sua história.

Regina até brincava que ali tinha cota... cota para brancos!

O Esquenta, aliás, foi um dos poucos programas da TV que abriu espaço para as "minorias" sem que tivesse sido por alguma desgraça ou pra chorar as pintangas pedindo uma casa nova, a famosa exploração da desgraça alheia por audiência. Estavam ali simplesmente porque merecem estar, como todos os outros que frequentam os demais programas televisivos.

Regina mesclou um pouco de Almoço com as Estrelas, Chacrinha e cia, resultando em sua própria feijoada televisiva. O Esquenta teve de um tudo se alternando entre cultura e entretenimento da melhor qualidade.

Mas não termina deixando saudade porque o sucesso é tanto que vem ai uma nova temporada durante as festas do meio do ano. Ou seja, logo ali!

Regina merece e, mais que isso: nós p-r-e-c-i-s-a-m-o-s de algo tão bom na TV!

#Esquenta: a alegria da simplicidade

Posted: 26 Mar 2011 02:00 PM PDT

Esquenta: tem a ver com verão, com calor humano e aquilo que a maioria das pessoas costumam considerar tudo que há de bom na vida. Talvez o nome certo para um programa que busca reunir tudo isso na disputa pelo público em uma data ingrata para a Vênus Platinada.

Tendo a esfuziante Regina Casé como apresentadora, Esquenta reuniu música, personalidades, comida e muita farofada. Farofada no bom sentido, ok? O sentido divertido: de bagunça e muita festa. Escrevo já no passado porque em breve o programa encerrará sua temporada. Já há uma pretensa data marcada para sua volta, mas isso não nos impede se sentir saudades antecipadas e adotar um certo tom saudosista.

Ok, uma grande parte das atrações não faz o mínimo gênero dos meus gostos. Por exemplo: em uma situação normal, Parangolé estaria fora de qualquer cogitação, mas Esquenta é como aquele churrasco bagunçado do fim de semana. Perdoa-se quase tudo.

Tá, eu sei que o programa desperta reações e teorias complexas a respeito de sua função no ar, mas não dá pra ignorar seu efeito sobre o telespectador. Mesmo que eu passe longe de ser uma telespectadora fiel, já que as possibilidades da internet fazem muito mais a minha cabeça que as da televisão, devo dizer que seus méritos não são passíveis de fechar os olhos e fingir não ver. Dei o exemplo do churrasco, mas pode ser a feijoada do mês ou então um daqueles momentos felizes das férias ou dos dias de carnaval onde estamos descontraídos: aptos o bastante para ignorar nossas preferências do dia-a-dia.

Estamos falando de um programa cuja fórmula é bem simples. Não há métodos mirabolantes para ganhar números. Vi aquilo que é popular, vi alegria especialmente na pele de quem estava ali presente, mesmo naqueles cuja fama poderia causar desconfiança do público quanto sua sinceridade.

Francamente? Gostei do que vi e espero que volte ao ar mesmo. Só não garanto minha fidelidade. Afinal, fidelidade de telespectador em tempos de internet parece ser um conceito em extinção...

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* Perfil: Emanuelle Najjar - Jornalista, formada pela FATEA em 2008, pesquisadora da área de telenovelas. Editora do Limão em Limonada (limaoemlimonada.com.br)

Esquenta mostra que o popular também é cultura

Posted: 26 Mar 2011 10:13 AM PDT

 *Por Wander Veroni 

"Os meus parangolés podem ser mais facilmente apreendidos num contexto como a quadra da Escola de Samba da Mangueira do que numa galeria de arte. (...) Dentro desse contexto existem exceções. (...) O difícil é ser total. Mas é preciso [isso] para ser criador: ser total. Ser aberto!". 

Foi com uma parte do texto de Hélio Oiticica, chamado Marginália, que Regina Casé, em seu programa Esquenta!, exibido aos domingos à tarde, pela Rede Globo, me ganhou de vez. Parecia que a Regina estava lendo a descrição do programa para o público. Foi lindo! Que mistura boa ver no palco Maria Bethânia, Juliana Paes, Arlindo Cruz, Luiz Miranda, Revelação e Estação Primeira da Mangueira. Confira, abaixo, um trecho do Esquenta!:





O Esquenta! é  um mexidão cultural, uma delícia um abre-alas de Carnaval. Vem com tudo outra vez, Regina! O Esquenta! é a voz da comunidade na TV com dignidade e alegria. É uma prova que é possível valorizar o melhor do popular e da cultura (e música) brasileira sem ser vulgar. Nossa, ainda bem que dei um chance ao programa e venci um pré-conceito pessoal. Confesso que não assisti todos os programas dessa temporada do Esquenta!. Não porque o programa é ruim ou coisa do tipo. Simplesmente, o programa não havia me tocado. E quando tocou bateu lá no fundo do meu peito. Vibrei por ver que a TV aberta ainda tem salvação, ainda mais no domingo à tarde que é tão carente.

Resolvi assistir pelo fato do amigo jornalista Endrigo Annyston propor o programa como pauta da nossa coluna semanal. Não tinha nada contra, nem a favor. Como estou numa fase meio que distante da programação televisiva – ainda mais no domingo, não tinha prestado atenção no Esquenta!. Me arrependi. A atração é melhor do que eu imaginava. É um tapa na cara dos programas de auditório dominicais que apelam para a mesmice, avacalhação e para o sensacionalismo. O Esquenta! é uma mistura boa e o Brasil é uma grande mistura. E é dessa mistura que encontramos a síntese do programa de Regina Casé.


Trata-se de um programa aberto à diversidade da cultura brasileira. Que valoriza os mais humildes e que coloca o negro de uma forma alegre, viva e positiva. A impressão que tive é que o Esquenta! é como se fosse uma reunião de família, de amigos. De artistas que se amam e, acima de tudo, respeitam, conhecem e tem a consciência que estão ajudando a escrever as páginas da cultura brasileira contemporânea. Regina Casé recebe os convidados da atração como se tivesse em casa e como se tudo fosse uma grande festa. É uma coisa tão intimista que contagia. A escolha dos convidados foi perfeita! Tanta gente boa...é muito bom assistir um programa que traz informação e entretenimento de qualidade. O Esquenta! faz a diferença no domingo. Parabéns à produção da atração pela criatividade e originalidade.

Claro que conheço o trabalho da Regina Casé e sou fã do trabalho dela pelo resgate e de valorização da cultura popular. O Esquenta! tarimba outros trabalhos como o Vem com Tudo! e o Central da Periferia, mostrando o quanto é importante mostrar um outro lado dos mais humildes. Só agora pude entender o porquê da crítica e de vários telespectadores falarem tão bem sobre o Esquenta!. A pressão positiva para que o programa continue na grade é tanta que a Globo já confirmou uma segunda temporada, ainda para esse ano, sobre festa junina, conforme adiantou a jornalista Patrícia Kogut, em seu blog do O Globo. Não é para menos: Regina Casé é vida inteligente nas tardes de domingo. Um achado!

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*Autor: Wander Veroni, 26 anos, é jornalista pós-graduado em Rádio e TV, ambas formações pelo Uni-BH. É autor do blog Café com Notícias (http://cafecomnoticias.blogspot.com). Twitter: @wanderveroni / @cafecnoticias.

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