domingo, 23 de janeiro de 2011

cenaaberta.com

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Amor em quatro atos: uma grata surpresa

Posted: 22 Jan 2011 04:00 PM PST

por Emanuelle Najjar

E eis que este ano a Globo resolveu investir pesado em uma programação de verão. Várias atrações foram colocadas na grade da emissora, sem parecer aqueles famosos testes de fim de ano, disfarçados de "especiais" e que francamente fazem com que o telespectador perca a paciência.

Uma dessas atrações foi a série "Amor em Quatro Atos", que teve como norte as músicas de Chico Buarque. Uma responsabilidade e tanto quando se tem em mente sua fama e importância para a música brasileira. E como já dito no título, o resultado do que poderia parecer uma ousadia, na verdade foi uma grata surpresa. Quem resistiu ao horário ruim – convenhamos que depois do BBB é péssimo – teve como presente uma produção de quatro episódios feita com esmero: de histórias bem elaboradas unidas a uma fotografia de dar inveja. A obra transbordava beleza e delicadeza em todos os aspectos: fosse por seu texto ou pela interpretação de seus atores, com histórias de amor e conflitos, que embora aparentemente simples, se revelavam extraordinariamente complexos.

Assisti os quatro episódios, e a história que eu mais gostei, curiosamente foi 'Meu único defeito foi não saber te amar', inspirado na música "Mil Perdões". Este foi o segundo a ser exibido, e teve a participação de Dalton Vigh, Carolina Ferraz, Gisele Fróes e Dudu Azevedo. Mesmo que eu tenha gostado muito dos dois últimos episódios que na verdade pareceram ser os chamarizes da série, "Meu único defeito foi não saber te amar" me atraiu de forma irresistível. Talvez pela complexidade dos sentimentos envolvidos ali, pela personalidade dúbia de sua protagonista Maria pela semelhança que alguns críticos julgaram ter com Nelson Rodrigues, ou quem sabe ainda seu final surpreendente?

Não sei você, mas se antes gostava de escutar Chico Buarque, talvez o gosto tenha parecido ainda mais justificável. Acima de sua fama ou de sua história, mas sim pela beleza de seus versos, finalmente traduzidas em imagens.

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* Perfil: Emanuelle Najjar - Jornalista, formada pela FATEA em 2008, pesquisadora da área de telenovelas. Editora do Limão em Limonada (limaoemlimonada.com.br)

Amor em 4 Atos é um achado quando nada se espera

Posted: 22 Jan 2011 01:00 PM PST

Nos habituamos a começar o ano como o BBB sendo a grande atração televisiva do primeiro trimestre. Tão "grande" a ponto de empurrar as minisséries para depois da meia noite.

Além disso, nada mais acontecia nem na Globo e nem nas concorrentes

Neste ano, porém, o fato de a poderosa exibir em formato de "microsséries" produções cinematográficas não pode ser visto como preguiça. Acho que "nunca antes na história desse país" a poderosa Globo colocou tantas produções no ar. Vem aí novas temporadas de séries e atrações que fizeram sucesso no ano passado para ocupar esse período chamado de "verão na Globo".

E nesse verão veio a grande surpresa: Amor em 4 Atos, baseada em músicas de Chico Buarque. Confesso, não esperava absolutamente nada e por mera curiosidade do que isso iria virar fui espiar.

Tinham me dito que seria algo como As Cariocas e, bem, fiquei bastante surpreso. Primeiro porque era bem melhor que As Cariocas por ter texto, coisa que a produção anterior não tinha; segundo porque quem iria esperar que uma série baseada em músicas poderia ser tão boa?

A questão é que tinha conteúdo e um elenco fora de série, com destaque especial para o trabalho desenvolvido pela sempre boa Carolina Ferraz.

Todos os episódios, no entanto, foram muito bons e, acredito, deixaram um gostinho de quero mais, um desejo de que muitos outros atos venham por aí, afinal, nós merecemos todo esse amor baseado na obra de Chico Buarque em diversos outros verões, outonos, primaveras e invernos. E repertório para isso o compositor tem aos montes.

Que seja assim!

Amor em 4 Atos transforma música em teledramaturgia

Posted: 22 Jan 2011 10:00 AM PST

*Por Wander Veroni 

A idéia que tinha tudo para soar intelectualizada e segmentada, mostrou-se uma obra diversa, universal e popular. Em "Amor em 4 Atos", uma minissérie exibida em quatro episódios pela Rede Globo, as músicas de Chico Buarque - "Mil Perdões", "Ela Faz Cinema", "Construção", "As Vitrines" e "Folhetim", serviram como argumento para criar três histórias independentes e contemporâneas, numa espécie de crônica urbana sobre amor.

Dirigida por Tande Bressane, Tadeu Jungle e Bruno Barreto; e adaptada por Antonia Pellegrino, Marcio Alemão Delgado, Estela Renner e Tadeu Jungle, "Amor em 4 Atos" surpreendeu o público e alcançou uma média de 20 pontos de audiência, segundo o Ibope da Grande São Paulo – número que foi bastante comemorado pela direção da Rede Globo que ficou apreensiva sobre o desempenho do programa. A atração contou com os atores Malvino Salvador, André Patrício, Gero Camilo, Dalton Vigh, Carolina Ferraz e Marjorie Estiano.

Na primeira história apresentada ao público, Marjorie Estiano interpreta Letícia, uma cineasta que se envolve com Antônio, um pedreiro vivido por Malvino Salvador. Paixão, mentiras e destinos que se encontram a partir de desventuras do cotidiano. Particularmente, foi um dos meus episódios preferidos, principalmente pela naturalidade do elenco que soube dar leveza aos personagens. Destaque para Cacá Rosset – que interpretou o libanês Ráfic, um vendedor de comidas árabes, apaixonado pela voz da locutora da estação do metrô.

No segundo episódio, foi mostrado um "quadrado amoroso" retratado por Carolina Ferraz - que interpreta Maria, esposa de Lauro (Dalton Vigh) e amante de Fernando (Dudu Azevedo), namorado de Dora (Gisele Fróes), ex-namorada de Lauro. Já na terceira e última crônica de "Amor em 4 Atos" – dividida em dois episódios, Alinne Moraes e Vladimir Brichta protagonizam uma história onde acaso une duas pessoas. Vladimir é Ary, um homem casado que após uma desilusão se envolve com Vera. Após dormirem juntos, Ary descobre na manhã seguinte que ela é uma garota de programa.
Para o início deste ano, a Globo optou por microsséries, como "Amor em 4 Atos", "O Bem Amado" e "Chico Xavier" – sendo as duas últimas derivadas de filmes exibidos recentemente nos cinemas. Ao que parece, o público aprovou essa nova proposta televisiva, garantindo à emissora carioca a liderança absoluta no horário. Co-produzida pela Rede Globo, com produção da RT Features e produção executiva da Academia de Filmes, "Amor em 4 Atos" foi uma grata surpresa no início da temporada televisiva de 2011. Pena que a Rede Globo optou por exibir a série tão tarde, depois do Big Brother Brasil. Pela leveza das histórias, creio que caberia uma reprise no final de semana em um horário melhor, afinal Chico Buarque também é cultura e, acima de tudo, entretenimento da melhor qualidade.

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*Autor: Wander Veroni, 26 anos, é jornalista pós-graduado em Rádio e TV, ambas formações pelo Uni-BH. É autor do blog Café com Notícias (http://cafecomnoticias.blogspot.com). Twitter: @wanderveroni / @cafecnoticias.  

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